domingo, 18 de janeiro de 2009

Coma Alcoólica e Alucinações

Em Coma Alcoólica:
Lutava desesperadamente para tentar parar, pois o estado calamitoso em que me encontrava não me dava margem para que aquela situação se mantivesse por muito mais tempo. Não tinha discernemento para poder avaliar a grave situação em que me encontrava.
Quando em curtos períodos de raciocinio, ainda evemente avaliava a situação. Desesperava porque querer parar e não conseguir.
Esta intênção, era sustentada por muito pouco tempo. A minha dependência apressadamente me obrigava a consumir mais e mais.
A partir de determinada altura, tudo começou a apressar-sa, num ápice sucederaam-me as coisas incriveis. Mas que avabam por ser um percurso normal. Os acidentes,(Esmorradelas), Pulso e Clavicula partida, por falta de equilibrio, o por inconsciência, outras ainda pelos ditos amigos falsos, e ainda por outro ter de ser qualquer, que tem sempre muita força. Isto acontecia com uma rapidez incrível, mas no estado em queme encontravanão sentia, o àlcool anestesiava-me e com tal suportava as dores. A dependência falava sempre mais alto. Na parte final aconteceu duas vezes a entrada em Coma Alcoólica.

Alucinações= Conviver com a Morte:
Numa dessas alucinações, intertiorizei;e vivi este drama:- Numa Ponte de Nogueira da Regedoura no seu carro ,caíu e isso foi-lhe fatal. Numa noite, já muito carregado, acompanhado daquele que foi um grande amigo ( Zé Baião) fomos levar o seu irmão Joaquim a casa. A mulher escondia-lhe sempre o palhas, mas naquela noite descuidou-se e deixou o menino a espreitar debaixo da cama, tendo-se deitado com a filha no outro quarto. Entramos e na salita estava uma jarra de litro quase cheia , para ela não se aperceber de nossa presença, fomos para o quarto deles. É quando a determinada altura vimos o menino a nos vigiar, era um catraio de cinco litros e estava cheio até à rolha. Foi sempre aviar até o escoar, não fosse a bebida que ele tinha dentro azedar. Foi de caixão à cova, no meu caso particular que raramente bebia vinho, apesar de beber continuado práticamente dia e noite e como tal à 14 meses seguidos, mas normalmente era com cerveja que me mantinha embriagado. Acabada a bebida o Quim ficou na casa dele, o Zé foi-se embora no carro dele e eu segui para rumo a minha casa isto passava-se em S. Paio de Oleiros e eu vivia em Nogueira da Regedoura. Tinha ocorrido umacidente mortal o Marta a conduzir o seu carro na ponte do Caramulo. Recordo-me que na descida e quando avistei a ponte, parei não sei com e encostei, vi a ponte a cair abaixo. Devo ter adormecido não sei as horas, pela volta das cinco e quarenta e cinco a minha mulher que segui numa carrinha da Vouga fábrica que trabalhava, dirigiu-se a mim respondi-lhe e ela apercebeu-se que pelo bafo com àlcool qje não tinha aguentado a carga. Saí do carro e vim por outro caminho, convencido que a +ponte tinha mesmo caído.
Chegado a casa,ainda fui até ao quarto, mergulhei e ali estive dois dias a viver o terrivel drama de ter mergulhado no Riacho e ter morrido afogado.
Vivi este drama muitas horas não sei quantas,mas foi um sofrimento horrivel.
Crimanava-me por ter bebido excessivamente e sentia-me o único culpado da minha dependência. Não me perdoava por não ter sabido parar de beber, sentia-me um cobarde de não ter assumido a responsabilidade de Educar as minhas Filhas.
Tempo que durou foi de um sofrimento arrador.
O meu sofrimento era maior porque não aceitava a morte.

Então Voltava tudo ao Principio?...
Seguramente que não,certo que quando me levantei, tão bêbado como me deitei, já que emcasa não bebia, mas regsitava o medo da morte e o tempo que estive morto. Mesmo depois de já ter bebido vinha-me à ideia a morte tremia porque sentia arrepios, cada vez tinha mais medo, eu não queria morrer. Seguramente que estes sérios avisos, terão ajudado uma importância determinante, apara aos poucos ter ganho coragem, para assumir a decisão de tentar mobilizar e unir as forças, que tornavama possivel ter coragem para me dirigir a um Médico e lhe pedir que estava ali para me tratar e que me ajudasse, se não conseguissemos em ambulatório, passariamos a internamento..
Isto pode ser confirmado pelo proóprio médico e não se trata da conversa da treta. Era só o que faltava poder brincar com uma doênça que tenho controlada, mas que é irreversivel e saber que toda a minha vida está pendente de ingerir uma bebida alcoólica, que a acontecer me levaria a ser de novo um farrapo. Voltar ao fundo do poço onde seguramente e difícilmente de lá saíria. Uma Bebida Alcoólica seria igual à perda de uma familia sem mácula ,que me orgulho de ter.
Nem aquelas que foram as heroínas a Minha Cara Metade e a Minha Mãe que já partiu teriam forças para novamente calcarrear esse percurso tão difícil e sinuoso.

MÉDICO NEM QUERIA ACREDITAR:
Jóvem Médico , que me conhecia havia muitos anos, e sabia que eu tinha uma personalidade forte. Esses vindos antes de me tornar bebedor crónico. Tinhamos convivido, mas ele inexperiente no campo do Alcoolismo, apenas dois doentes o tinha abordado, mas não tinha resultado. Ao ouvir-me custou a acreditar, se seria mesmo determinação ou apenas o estar a abordar num momento de desespero. Ficou baralhado, mas perante a minha persistencia, aceitou o desafio que eu lhe propus.
As nossas decisões ocorreram em momentos ideais, porque ambos vencemos. Hoje dedica-se a esta causa do alcoolismo, talvez para ele tenha também começado aqui a decisão de ceitar dedicar-se a esta causa, pois como se sabe são poucos os Médicos que aceitam, visto ser um campo de acção muitissimo complicado. Mas como tudo na vida por vezes ocorrem casos que nos levam a optarem por apesar de tudo saber que um médico quando ajuda a que um doente a recuperara partir daí fica no médico um pouco desse doente e orgulho que sente, passa a ter uma dose enormissima de satisfação. Não me passa despercebido não fora a sua colaboração naquele momento e continuado em todos estes anos, e as coisas poderiam continuar por caminhos sinuosos. Permite que te esyeja grato, por teres contribuído de forma decisiva para o meu sucesso.
Doutor Erpidio do Couto Canastro, eu devo-te esta referência juntado-lher todo o amor e carinho que nutro por ti. Com toda a humildade e sinceridade.

TEÓRICOS DE MEIA TIGELA:
È da sabedoria popular, e essa o povo nunca se engana e cmo se afirma, dar a Cezar o que é de Cezar. Vem isto a propósito e saber que tenho o direito moral de poder para afirmar categóricamente e porque carrego dentro de mim a doença alcólica, e que ela se mantém inalterada e que tato me fez sofre no passado e me levando a fazer sofrer minha familia, e os meus verdadeiros amigos, para hoje e passados 23 anos de abstinência ter uma experiência de conhecimentos ganhos na partilha que só aqueles que empenhadamente se preparam e dedicam a ajudar aqueles que continuam a sofrer ou se encontram em fase de recuperação esgtão a tal nivel. Lamentável os comentários:

Curado devias evitar falar:
Não tenho, porque ter vergonha do meu passado, de enquanto estive mergulhado e vencido pela dependência alcoólica. Tenho muito orgulho no meu presenteporque ajudo e sou ajudado e sei que a manter-me abstinente até ao fim dos meus dias serei uma referência e com este exemplo mesmo depois de partir, seguramente outros se me seguirão. Sabendo ao conhecer o meu testemunho de vida que se venci (e não me considero herói por isso), eles também podem vencer.
para isso basta que juntem as determinação e forças que todos temos dentro de nós para de lá sair.
Seguramente que ninguém sai sózinho, mas há sempre alguém que ajuda, e terão de saber que quando me tornei abstinente, a caminhada foi longinqua e enormemente sinuosa. Que neste percurso nem sempre me apercebi delas na ocasião,mas que mais tarde acabei por descobrir que elas aconteceram das formas mais variadas,e que todas elas foram produtivas. Como tal, tenho de procurar ajudar a incutir a quem está em situação em que já estive, a o procurar ajudar a prevenir. Alertando para evitar que se deixem arrastar quem para lá caminha.Alertar para que parem de beber exageradamente.
É um dever nosso, procurar ajudar e assim seremos ajudados.
Estas ajudas recíprocas, serão sempre preciosas.
Nunca devemos esconder esse nosso passado escuro e tenebroso. Ao fazê-lo estamos seguramente a contribuír para que muitos não venham a mergulhar na mesma Lama, que um dia já foi nossa (DEPENDÊNCIA).
Que nos priva de viver e nos obriga a vegetar.
Passamos de um ser Humano racional a um Monstro irracional.
Sofremos Imenso e como se não bastasse, fazemos sofrer os nossos familiares e quem nos quer bem ainda muito mais.
Evitar que não venham a passar pelo sofrimento a que estivemos sujeitos.
Se ao transmitir os nossos testemunhos eles virem a dar algum contributo.
Para um Doente Alcoólico Tratado, é a maior a recompensa que ambiciona poder vir a receber.

Negócio com a Borracheira
Na Feira S. Martinho Penafiel
1.
Certa vez no S. Martinho
Com a fartura do Vinho
Mau negócio que eu fêz
Comprei Vaca, saíu Bói
Tive de lá voltar outra vez
2.
Quando lá á Feira cheguei
Logo com o mesmo Senhor dei
Logo um grande berburinho
Agarrei-o logo pelo Pescoço
Mas tem paciência Moço
São coisas do S.Martinho
3.
Desfiz então o engano
Com esse mesmo Fulano
Que se chamava Ventura
Deixamos de andar á rasca
E voltamos para a Tasca
Beber mais e á fartura
4.
Eram copos e mais copos
Já sorriam os Cachopos
De ver nossas posições
Tanto eu como o Ventura
Com a fralda á dependura
Que bom par de borrachões
5.
Começam a haver sarilhos
Com a força dos quartilhos
Embora muito mal medidos
Mas nisto oiço uma vós
Que veio bem até nós
Estes dois estão perdidos
6.
Já de fraca catadura
Despedi-me do Ventura
E saí ao Zig-Zag
De repente vem um murro
Oiço dizer está seguro
Não vai daqui sem que pague
7.
Tinha deixado a Vaca
Preza a uma estaca
A um cantinho da Feira
Mas o raio da Canalha
Que nessa Feira não falha
Também fez sua brincadeira
8.
Agora que vejo eu
Ó meu Santo Deus do Céu
Mas que grande desalento
A minha Linda Vaquinha
Não está lá coitadinha
Mas sim um velho Jumento
9.
Tentei pôr tudo em cacos
Mas apanhei dois sopapos
E eu com minha razão
Alguém disse cena feia
É metê-lo na Cadeia
Esse grande borrachão
10.
Com a cabeça toldada
Não esperei por mais nada
Tratei foi de vir-me embora
E quando de regresso sózinho
Quantas vezes pelo caminho
Vi chegada a minha hora
11.
É feio ser-se borracho
Mas é defeito que acho
Agora com mais juizo
Ser alegre e sorridente
Que o seja toda a gente
Borracho não é preciso.

Nestas histórias de entrar Jumentos em cenas em que o excesso de álcool nos leva a determinadas brinacadeiras ou aventuras irresponsáveis que só descontrolados pelo excesso, nos levam a praticá-los. Recordo-me um belo dia na Festa dos Rojões nos Altos Céus um grupo de Amigos de Copos decidiram levar o Burro e a Carroça, depois de levarem o Burro a beber pela Caneca a sua parte do Vinho. Deram a volta ao arraial a Banda de Melres que se encontrava a actuar, mediante aquele espectáculo mediático, começaram a rirem-se e tocar um de cada vez, voltaram a S. Paoi de Oleiros de onde eram e tinham partido e ainda hoje estão para saberem como e a que horas chegaram a casa.
Um belo dia já carregado na antiga Loja do Frade na Bessada em Nogueira da Regeoura pedi ao Ti Chico da Burra se me deixava dar uma volta na sua Égua. Não sei bem como mas consegui montar, comecei a obrigá-la a galopar cada vez com mais força, nunca tinha montado e não sabia como pará-la. Puxei-lhe as redes ela baixou a cabeça e foi toda de rasto. estou ainda para saber como não caí em cima dos paralelos. Quando regressei ele todo contente disse-me que sempre que quizesse poderia voltar a montar,confesso que foi tamanho o susto que apanhei, que jamais o voltei a fazer e apesar de me manter abstinente há já vários anos. Montar uma Égua nunca mais. Beber não Obrigado.
O qu faz mal não é um copo a menos, mas sim um copo. No meu caso nunca deveria tê-lo cheirado, quanto mais bebê-lo
Se tempos houve em que me ía matando hoje tudo faço para estar de bem com a vida , com a minha familia meus amigos.